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Os Noves da Fama


Livro do Armeiro-Mor por Jean du Cros, 1509; Josué fólio 1, Davi fl 1v, Judas fl 2, Alexandre fl 2v, Heitor fl 3, Júlio Cesar fl 3v, Artur fl 4, Carlos Magno fl 4v, Godofredo de Bulhões fl 5.

Os "Nove da Fama" consistem em nove figuras históricas que foram reconhecidas como os mais destacados representantes do ideal da cavalaria durante a Idade Média. Algumas dessas figuras são personalidades reais, enquanto outras têm sua veracidade histórica questionada, pois suas vidas e feitos são descritos apenas em livros de natureza religiosa-cultural de determinada nação, como a Ilíada e o Velho Testamento, ou por meio de lendas populares.


Esses nove personagens foram agrupados em tríades de acordo com sua religião, selecionando os melhores cavaleiros do paganismo, do judaísmo e do cristianismo. Essa escolha se tornou rapidamente um tema comum na literatura e na arte medieval, permanecendo no imaginário popular coletivo.


O primeiro a nomeá-los dessa maneira foi Jacques de Longuyon em sua obra Voeux du Paon, em 1312. Em francês, eles são conhecidos como Les Neuf Preux, derivado de uma palavra arcaica com a mesma etimologia de "proeza"; portanto, são os nove bravos ou valentes.


O conceito dos nove campeões rapidamente ganhou popularidade na Europa medieval. Na Inglaterra, eles são conhecidos como The Nine Worthies, ou seja, os nove dignos, indicando que, embora alguns tenham professado religiões diferentes da Igreja Católica medieval, suas nobres ações e indiscutível bravura os tornavam claramente dignos de veneração. Na Península Ibérica, o termo Els Nou Preuats é aplicado aos nove na Catalunha, o centro político e econômico do reino de Aragão, refletindo a etimologia original de Jacques de Longuyon.


O magnífico Livro do Armeiro-Mor, escrito por Jean du Cros em 1509, o mais importante e antigo armorial existente em Portugal, dedica o primeiro capítulo aos Nove da Fama, com nove belas iluminuras ocupando páginas inteiras. O mesmo ocorre com o Thesouro de Nobreza, escrito muito posteriormente pelo Rei d'Armas Índia Francisco Coelho em 1675, que também inicia com uma página dedicada aos Nove da Fama. O fato desses armoriais começarem com os nove heróis indica claramente sua popularidade, mesmo na segunda metade do século XVII.


Os Nove da Fama são então:


Os Três Gentios

Heitor de Tróia

Alexandre, o Grande

Júlio César


Os Três Hebreus

Josué

Rei David

Judas Macabeu


Os Três Cristãos

Rei Artur

Carlos Magno

Godofredo de Bulhões


Brasões dos Nove da Fama

Na mesma ordem listada pelo Livro do Armeiro-Mor.






Dom Guilherme Rocha Duque de Catolé Rei d'Armas Principal

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