Tokaji: o Vinho dos Reis
- S. Graça Dom João Carlos, Barão de Farrapa
- 5 de fev.
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Países com a sua própria nobreza, como a moderna Croácia, Eslováquia e Boêmia, existiram como uma região dentro do reino Húngaro de 1901 a 1919.
A Eslováquia, que também fazia parte do reino até a criação da República da Checoslováquia, em 1918, depois que a Hungria foi despojada de quase 70% do seu território com a assinatura do Tratado de Trianon, tinha a sua própria nobreza.
Desta forma, muitas famílias nobres húngaras, também eram de origem eslovaca, croata, eslava e de outras nacionalidades.
Mas qual a relação enológica entre todas estas linhagens?
O Tokaji
Considerado um vinho de sobremesa, é também um dos vinhos mais caros do mundo.
Devido à sua produção limitada e de alto padrão de concepção, existe um procedimento que se tem o maior cuidado no seu manuseamento, visto que o cacho se deve manter, até atingir a sua “podridão nobre”, a qual concentrará todo o açúcar natural da uva.
Assim, o nível de açúcar acima da média faz com que se identifique como um vinho de sobremesa, que atravessou gerações de famílias reais desde o séc. XV, em toda a Europa, mas especialmente localizado, o seu consumo, em sua região de produção, a Hungria.
As castas diretamente relacionadas à sua produção são a “Muscat” e a “Furmint”, ambas com características fundamentais para a sua estrutura licorosa e doce.
De tal forma é a importância e o significado deste vinho na região, que este merece uma citação no hino húngaro:
Para nós, nas campinas de Kunság,
Fizeste espigas onduladas maduras,
Nas videiras de Tokaj
Gotejaste néctar.
Assim sendo, se tiveram a oportunidade de degustar este exemplar, estarão a saborear parte da história e formação da Nobreza e da história das diversas coroas reais que existiram no séc. XV.
Trecho do hino húngaro (a citação ao Tokaji encontra-se na terceira estrofe, mas a primeira estrofe é geralmente executada sozinha em público; contudo, é possível ter uma noção melódica dos versos inseridos pouco acima)