As Pequenas Armas de Mozer von Württemberg
- Dom Guilherme Rocha
- 11 de nov. de 2022
- 4 min de leitura
Atualizado: 6 de jun. de 2023
EQUIVOCO
As pequenas, medias e grandes armas são a coleção de um conceito razoavelmente conhecido, mas extremamente mal interpretado.
Existe a conjectura de que um escudo acompanhado somente pelo timbre são as pequenas armas, esta é a parte correta, mas há o equívoco de que basta colocar um manto atrás do escudo e juntos eles se tornarão as grandes armas.
O QUE COMPÕE AS "ARMAS"?
Para compreender o que são esses "tamanhos de armas", é necessário antes entender o que são armas no contexto heráldico.
Um brasão, ao ser desenhado, isto é, ao ser embrasonado, pode ser composto por peças heráldicas (figuras geométricas), por figuras heráldicas (imagens daquilo que há no céu, na terra, nas águas ou da obra humana) e por cores heráldicas (as 7 cores), alguns brasões são compostos apenas por cores e peças, outros por cores e figuras e outros - a maioria - pelos três elementos. Unidos esses elementos formam aquilo que chamamos de ARMAS, o que nos permite realizar a seguinte explicação matemática:
Armas = peças + figuras + cores.
Ou:
Armas = peças + cores.
Ou ainda:
Armas = figuras + cores.
Note o valor das cores heráldicas e por conseguinte a necessidade de se respeitá-las, as cores heráldicas sempre estão elencadas entre as armas, sem as quais as armas seriam inviáveis. Claro que há o uso das armas em carimbo ou em selo de cera ou quando representadas em versão monocromática, mas estas artes sempre devem derivar de um brasão que foi brasonado e embrasonado com uso das cores.

PEQUENAS ARMAS
Como vimos, as armas são, na maior parte das vezes, a soma das peças heráldicas com as figuras heráldicas e as cores heráldicas; e assim também é composto o brasão da Casa Real de Mozer von Württemberg, justamente com as armas de Mozer e de Württemberg.

Resumindo, as peças, figuras e cores formam, como na maioria esmagadora dos brasões, as armas de Mozer e as armas de Württemberg, e estas unidas em partição esquartelada formam as pequenas armas da Casa Real de Mozer von Württemberg, isto é, o brasão desta casa dinástica.
Note que não é a presença ou ausência de um manto posto por detrás do escudo que define o "tamanho das armas" em pequena, média ou grande.
MAS POR QUE?
Por que as pequenas armas da Casa de Mozer são representadas ora com manto, ora sem manto? Antes de responder essa pergunta, é necessário compreender que há espaços e momentos adequados para se utilizar um brasão, não se pode lançar mão da mesma versão do brasão em todo momento.
No futuro publicaremos um artigo a respeito das grandes armas do Príncipe Dom Gianfrank I Mozer von Württemberg, mas de antemão explico que a quantidade de armas representadas no escudo das grande armas do Príncipe é grande o suficiente para que este brasão, especificamente, NÃO SEJA USADO em qualquer lugar.

No caso das grandes armas de qualquer pessoa, deve-se sempre evitar seu uso em pequenas dimensões, como por exemplo no canto de uma fotografia de forma bem diminuta, isso é extremamente ruim pois impossibilita totalmente a visualização dos elementos constantes no dito brasão.
Respondendo a pergunta do topo desse parágrafo, a resposta é porque o manto pura e simplesmente em si não representa a "função" do armigerado, o elemento que desempenha esse aspecto, no caso em questão, é a coroa principesca, que o define como príncipe (Dom Gianfrank), ou seja, o manto pode ser omitido sem prejuízo da identificação da dignidade do Príncipe.
E, como já sabemos, não é recomendado usar a mesma versão do brasão e todo lugar, a todo momento e repetidas vezes.
O site da Casa de Mozer, mais precisamente a página inicial é um exemplo muito simples para compreender os usos das versões de um mesmo brasão: em seu cabeçalho há a versão das Pequenas Armas com manto e poucos centímetros abaixo as MESMAS Pequenas Armas - com coroa, cetro e lema - mas sem o manto; esta representação "despida" do brasão está propositalmente posta numa seção em que há um texto mais íntimo, onde queremos que o leitor note nosso interesse em nos aproximarmos dele para contar um Breve Histórico.
Por isso é que se deve observar o local correto para cada versão de um brasão, é bom que se tenha mais de uma versão, principalmente da pequenas armas, para ser utilizada em momentos, lugares e dimensões adequadas.
O uso de brasões muito ornamentados, cheios de detalhes, em grandes dimensões, o tempo todo e colando o mesmo brasão várias vezes lado a lado, mesmo que sem a intenção, pode passar uma imagem arrogante, extravagante e indecorosa, além de poluir totalmente o meio pelo qual se está utilizando para passar alguma mensagem.
DESCRIÇÃO DAS PEQUENAS ARMAS (conforme a Carta de Armas n. 1 / 7 . 10 . 2022)

De azul esquartelado de ouro, primeiro e quarto campos com as armas referentes ao nome de Mozer, que são três taboas de ouro rematando um morro de três cumes firmado em campanha, cada taboa sobre um cume, segundo e terceiro campos com as armas referentes ao nome de Württemberg, que são três chifres de preto postos em pala; escudete com as armas do Eleitorado Porta Estandarte do Sacro Império Romano Germânico, cujas armas são de azul com uma flâmula cuja haste é de vermelho e pano de ouro carregado com uma águia de preto bicada, lampassada, sancada e armada de vermelho; o escudete ainda é rematado com se devido gorro eleitoral.
O escudo repousa sobre um cetro e um bastão de comando passados em aspa, representantes da Chefia de Nome e de Armas de Sua Alteza Imperial e Real, sob o escudo um listel de vermelho escrito Sanguinis meus tempus non diluit, traduzido do latim como “O tempo não dilui o meu Sangue”. Este conjunto é posto sobre um manto de vermelho forrado de arminho, franjado e amarrado de ouro, rematado pela Coroa Principesca do Sacro Império Romano Germânico.

Dom Guilherme Rocha Duque de Catolé Rei d'Armas Principal